Ritmo de fabricação no Brasil acelera, produção de motos passa das 125 mil unidades e março registra alta na casa dos 116%.

Outro volume que também está em alta, exportações crescem mais de 100% com demanda por produtos off-road e de alto valor agregado.

Esses são sinais de recuperação para o terceiro mês do ano que as fabricantes de motocicletas do Polo Industrial de Manaus registraram após a crise sanitária vivida na cidade. Porém, janeiro e fevereiro puxaram os números do trimestre para baixo.

Produção de motocicletas cresce em março

De acordo com dados da Associação Brasileira dos Fabricantes de Motocicletas, Ciclomotores, Motonetas, Bicicletas e Similares, a Abraciclo, as fabricantes registraram 125.556 unidades produzidas ao longo do mês de março.

Esse volume é 116,4% superior ao alcançado no mês anterior, fevereiro, aonde foram produzidas 58.014 motocicletas e 22,1% maior na comparação com o mesmo mês (março) do ano passado (102.865 unidades).

Já na soma do trimestre, o agravamento da crise sanitária na cidade de Manaus impactou o desempenho do setor, onde saíram das linhas de montagem 237.201 motocicletas, correspondendo a uma queda de 20,3% em relação ao mesmo período do ano passado, que foi de quase 300 mil unidades (297.599 un.).

De acordo com o presidente da Abraciclo, Marcos Fermanian, a perspectiva é boa e a Associação espera que, aos poucos, a relação entre oferta e demanda volte a ser equilibrada. Ou seja, que um bom volume de motos chegue às lojas para reduzir a fila de espera.

“Depois de dois meses as fábricas retomaram suas operações normalmente, seguindo os protocolos sanitários. Com isso, voltamos ao patamar de produção que deve se manter nos próximos meses e esperamos atender à demanda do mercado, reduzindo a fila de espera por motocicletas”, afirma Fermanian.

Dentro dessa expectativa, o executivo destaca que a Abraciclo mantém sua previsão de produzir 1.060.000 motocicletas em 2021, o que representa uma alta de 10,2% na comparação com as 961.986 fabricadas no ano passado.

Vendas no varejo esboçam reação, mas teve retração

Segundo os dados da Abraciclo, em março foram licenciadas 62.262 motocicletas, alta de 8,5% na comparação com fevereiro, quando foram emplacadas 57.384 unidades. Em relação ao mesmo mês de 2020, que teve 75.372 unidades comercializadas, houve retração de 17,4%.

“O varejo sofreu as consequências da suspensão temporária das operações de algumas fabricantes em janeiro e fevereiro. Além disso, diversas empresas associadas precisaram readequar seus turnos em função do toque de recolher do Estado do Amazonas devido a pandemia. A recuperação da produção alcançada em março deve refletir positivamente nos resultados de abril”, avalia Fermanian.

Com 29.504 unidades e 47,4% de participação no mercado, a categoria Street foi a mais emplacada em março. Na sequência, vieram a Trail (12.273 unidades e 19,7% de participação) e a Motoneta (7.948 unidades e 12,8%).

Falando dos três primeiros meses do ano, no primeiro trimestre, os emplacamentos totalizaram 205.444 unidades, volume 16,8% inferior às 246.848 motocicletas licenciadas no mesmo período do ano passado.

Com 23 dias úteis, a média diária de vendas em março foi de 2.707 motocicletas – é o pior resultado para o mês, desde 2003, que registrou 3.240 emplacamentos/dia.

De acordo com levantamento da Abraciclo, na comparação com fevereiro que teve 20 dias úteis, houve queda de 5,6% (2.869 motocicletas emplacadas/dia). Em relação a março do ano passado, com 22 dias úteis, a queda foi de 21% (3.426 emplacamentos diários).

Exportações de motos

Em março, foram exportadas 6.355 motocicletas, volume 116,5% maior que o registrado em fevereiro (2.926 unidades) e 132,1% superior ao mesmo mês do ano passado (2.730 unidades).

A maior parte das motocicletas exportadas são de alto valor agregado como, por exemplo, modelos off-road.

“Isso mostra o quanto a motocicleta produzida no Brasil é tecnológica e está alinhada com as principais demandas globais do setor de Duas Rodas”, comenta o presidente da Abraciclo, Marcos Fermanian.